quarta-feira, 31 de agosto de 2011

RELATÓRIO DA REUNIÃO DOS CENTROS ACADÊMICOS DA UNIOESTE (24/08/2010)

Salve, estudantes!

Segue adiante um esboço minimamente detalhista de como vêm ocorrendo a organização estudantil na Unioeste. Se coloca mais como um relatório da última reunião. É o que se tirou das falas em geral, não sendo, assim, uma interpretação isolada. Apesar de extenso, é o mínimo que se pode fazer para haver conhecimento sobre os ocorridos e para entender os rumos das lutas dos estudantes.

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RELATÓRIO DA REUNIÃO DOS CENTROS ACADÊMICOS DA UNIOESTE (24/08/2010)

Na noite de 24 de agosto de 2011, aproximadamente 50 estudantes representando três unidades da Unioeste (Toledo, Marechal Cândido Rondon e Francisco Beltrão) reuniram-se na Unioeste campus de Toledo para tratar de questões relacionadas ao movimento estudantil na universidade e da luta pelo Restaurante Universitário e  Assistência Estudantil. A reunião foi convocada pela base, ou seja, pelos Centros Acadêmicos sob a necessidade de haver uma aproximação, que se almeja há anos, da representação estudantil de todas as unidades da Unioeste, para melhor articulação em torno de bandeiras de luta comuns. Neste momento, o Restaurante Universitário.



Durante a reunião, foram expostas várias análises por diversos acadêmicos e organizações, visando construir um entendimento comum da real situação (compreendendo as realidades singulares, inclusive) em que se encontra o movimento estudantil na Unioeste e dos encaminhamentos acerca da edificação de restaurantes em todos os campi.

Dentre as análises e contextos, ressaltou-se o seguinte:
  1. A reivindicação pelo Restaurante Universitário na Unioeste não é nova e ocorrem praticamente em todos os anos nos campi da Unioeste, mas de forma desarticulada. De fato, as manifestações que ocorreram este ano, motivadas pela base, possibilitaram a notoriedade pública da demanda da comunidade acadêmica, pois houve ocupação simbólica da Reitoria por dois momentos; Assembléia histórica em Toledo e com 2 passeatas em Marechal Cândido Rondon. Tudo isso com sustentação, principalmente, da base: os Centros Acadêmicos, Atléticas de curso, coletivos estudantis etc. Porém, da forma como foi conduzida até então, através da centralização nos DCEs de Cascavel, Toledo e Marechal Candido Rondon, possibilitaram com que a luta estudantil pelo R.U. e Assistência Estudantis ficassem no vácuo, distanciando a ação e organização dos estudantes ante a real situação em que se encontra a luta e a própria realidade que vive as universidades públicas em geral com os gradativos e impactantes cortes orçamentários, seja através do Governo Federal como do Governo Estadual (40% de cortes para a Educação). Desta maneira, culminando na desarticulação dos estudantes.
  2. Com as manifestações que levaram à repercução estadual da inexistência de planejamento, por parte da Unioeste, de políticas de assistência estudantil, o que ocorreu é que, estranhamente, houve a centralização da conversa em torno da resolução do problema através do Deputado Giacobo (PR), deixando toda discussão e a própria segurança da garantia da conquista do Restaurante e da Assistência Estudantil fora do alcance e acompanhamento por parte dos estudantes e da própria universidade. Neste sentido, o movimento estudantil, através do afastamento por parte dos DCEs de acompanhamento dos encaminhamentos e mesmo o abandono das discussões com a base, forjaram condicionar o movimento dos estudantes e sua possível alçada de vôo às ações do referido Deputado. Segundo a assessoria do deputado, serão liberados, ao todo, R$2.750 milhões para edificação e compra de equipamentos para Restaurantes Universitários em todos os campi da Unioeste (exceto as extensões), e que tal emenda seria aprovada em outubro de 2011 com a possibilidade de execução a partir do final de 2012.
Porém, a realidade das organizações dos estudantes não é essa e tampouco limitada:
·         Depois do encabeçamento do Deputado em relação à luta, nada mais se falou e almejou por parte dos DCEs que centralizaram a luta, não chamando mais discussões (a não ser com pressão dos CA’s);
          
·         Em Toledo foi aprovado em Assembléia Geral (em maio de 2011), com a presença de mais de 100 estudantes representando todos os cursos, a indicação de representante acadêmico para o Conselho Universitário - COU (espaço soberano de decisões da Universidade, que não tem representação estudantil de Toledo, por exemplo, há 4 anos) e o encaminhamento de levar até o COU a proposta de criação de uma Pró-Reitoria de Assistência Estudantil, para que haja planejamento e execução de políticas neste sentido dentro da Universidade. Mas nada foi encaminhado pelo DCE até agora.
          
·         Em Marechal Cândido Rondon, ante o imobilismo do DCE, vários Centros Acadêmicos se colocaram à frente do processo e convocaram reunião com a Direção de Campus a fim de esclarecer a situação em que o Campus se posiciona ante a proposta do Deputado, e exigiram a condição de que o movimento estudantil fará parte da fiscalização, planejamento e direcionamento da aplicação do recurso público na universidade em relação à construção e execução do Restaurante Universitário. Os estudantes farão parte do processo (internamente). Além disso, diante da inoperância política da Universidade ante a situação, os acadêmicos de Rondon realizara uma pesquisa socio-econômica e de demanda com mais de 500 estudantes, estando munidos de dados concretos que comprovem a demanda por Assistência Estudantil.
          
·         Os três DCEs não efetivaram articulação necessária com os demais DCEs da Unioeste para aproximar de uma construção articulada do movimento. Por isso a necessidade de se construir pela base.
 
·         Apesar de a suposta "luta dos DCEs" não significar coerência na articulação do movimento, houveram denúncias, por parte dos presentes, pela utilização política da situação, e que há divulgação no site de União Paranaense dos Estudantes - UPE, de que somente por causa da direção dos DCEs (e divulgando claramente sua afiliação à organização UJS, tendo a conquista dos DCEs como seu objetivo político) é que a luta ocorreu e que tudo já foi conquistado. Nada mais seria preciso fazer. Isso, pelo contrário, não reflete a real situação do movimento estudantil, tampouco a garantia da Assistência Estudantil na Unioeste. Ressaltou-se que a direção dos três DCEs é composta por membros ligados ao grupo político da UPE (a UJS - braço estudantil de um partido político - que inclusive têm interesse nas eleições para Reitor na Unioeste).
          
·         Mesmo partindo do pressuposto que haverá recursos federais para a edificação de Restaurantes, e não é ruim que isso ocorra (e, pelo contrário, é justificado pela demanda real dos estudantes e escassez de recursos da universidade), há que ser ponderado, discutido e encaminhado de que forma funcionariam os restaurantes: seu programa de compra e preparo dos alimentos, público a ser beneficiado, gerência do restaurante (se será terceirizado - e assim precarizando o serviço ou se será feito concurso público para os trabalhadores competentes para tanto), etc. Isso tudo refletirá no atendimento e na qualidade dos serviços.

DA REUNIÃO COM OS CENTROS ACADÊMICOS
Diante de todas essas situações, e mesmo da necessidade de haver clareza de entendimento sobre essa realidade complexa, é que foi latente o chamado da reunião entre os CAs e DCEs da Unioeste. E para que isso ocorresse foi necessário que houvesse mobilização pela base, pelos Centros Acadêmicos.

Porém, justamente o que se esperou dos DCEs é que houve falha: não houve ninguém do campus de Cascavel justamente por que os únicos contatos que poderiam ser efetivados seria através de quaisquer um dos DCEs. E sequer houve a presença do DCE de Rondon e Cascavel. A reunião, puxada pelos estudantes de Toledo, foi encaminhada a partir de uma reunião com a maior parte dos CA’s e com o DCE quando da aprovação de uma carta-manifesto (exigindo à universidade o cumprimento de Lei que obriga destinar espaço físico para cada CA). Naquele momento, foi combinado com todos da intenção de fazer a reunião e tal data. Porém, segundo a direção do DCE Toledo a reunião não foi uma demanda discutida em Toledo (desconsiderando 3 reuniões seguidas pautando essa necessidade). Em Toledo, ainda, foi criada uma comissão de estudantes por curso que seriam indicados através do DCE para a Direção da Unioeste para que compusessem os espaços de discussão sobre a assistência estudantil. Mas, também, nada foi feito ainda, mesmo tendo a Direção da Unioeste tendo sinalizado a abertura para os estudantes (devido às exigências).


ENFIM, DOS ENCAMINHAMENTOS DA REUNIÃO:
Diante de tudo que foi exposto, foram decididas as seguintes ações:
  1. Como resultado de experiência, as mobilizações por vir devem ocorrer através da mobilização da base (dos estudantes em geral e pelos Centros Acadêmicos), não negando a construção conjunta, mas sabendo dos perigos da centralização vazia distante da articulação dos estudantes;
  2. Há necessidade de fortalecer a articulação entre os estudantes, e para isso, os que estão participando buscarão articulação com os demais campi da Unioeste; (isso já vem sendo feito desde então e já há muitos contatos dos diversos campi)
  3. Em Toledo, haverá tentativa de realizar uma pesquisa sócio-econômica com os estudantes do campus, visando realizar tal ação através do Laboratório de Pesquisa Social - LIS; (já foi apresentada a proposta ao Coordenador do LIS e o questionário está em fase de formulação)
  4. Manter a fortalecer continuada e progressivamente a reunião da base, periodicamente, para dar sequência nas ações.

OBJETIVAMENTE E IMEDIATO:
  • Criar um grupo de e-mails abrangente para haver comunicação inter-campi, envolvendo todas as entidades e estudantes interessados em participar, colaborar e organizar a luta; (hoje cumpre-se a meta)
  • Organizar um jornal aberto à toda comunidade acadêmica, divulgando em todos os campi, a ser assinado pelas entidades, aproximando todas as informações sobre a luta do R.U. (para isso, ficaram responsáveis os acadêmicos Lorenzo (Toledo) e Fagner (Rondon); (em construção)
  • Organizar uma próxima reunião aberta, a realizar-se no dia 29 de setembro de 2011, a partir das 19h30, no campus de Marechal Cândido Rondon, tanto para avançar no debate, construção de projetos, como a aprovação do Jornal.


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Coordenação de Comunicação
Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Unioeste/Toledo
www.cacsunioeste.blogspot.com


Crédito das Fotos: Anderson Hillgert
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REPRESENTAÇÕES PRESENTES NA REUNIÃO:
Francisco Beltrão: Pós-Graduação
Marechal Cândido Rondon: Pós-Graduação - Centro Acadêmico de História - Centro Acadêmico de Direito - Centro Acadêmico de Geografia
Toledo: Pós-Graduação - Centro Acadêmico de Ciências Sociais - Centro Acadêmico de Serviço Social - Centro Acadêmico de Filosofia - Centro Acadêmico de Química - Centro Acadêmico de Engenharia de Pesca - Diretório Central dos Estudantes

FOTOS:






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